Lígia Carvalho
Lígia Carvalho diz que o fusca é uma referência na sua vida – Foto: Arquivo Pessoal

No Dia Nacional do Fusca, comemorado na próxima sexta-feira (20), os donos dessas relíquias no Rio Grande do Norte falam sobre a paixão pelo veículo. O Fusca já teve o apelido de ‘o carro do povo’, e o modelo foi o mais vendido em toda a história automotiva entre 1938 e 2003.

Os motoristas afirmam que a paixão vem de berço ou a partir do primeiro contato com o carro. Aurino Araújo, empresário de 81 anos, é apaixonado por fusca desde 1964, quando comprou o seu primeiro carro. Ao longo destes quase 60 anos, o colecionador conta que já chegou a ter 12 Fuscas de uma única vez, mas atualmente, possui ‘apenas’ cinco na sua garagem.

“A minha paixão começou em 1964, quando comprei o meu primeiro. Desde então, sempre possuí um ou mais Fuscas, mesmo que não fossem eles o carro do dia a dia. Tenho várias boas lembranças com eles, mas poderia destacar uma viagem em 1965, com um amigo pretendendo ir a Punta del Este, no Uruguai, mas tivemos que voltar do Rio Grande do Sul, por causa do frio”, contou o empresário Aurino Araújo.

Quando foi lançado, o Fusca era equipado com motor refrigerado a ar, sistema elétrico de seis volts, câmbio seco de quatro marchas, que até então só se fabricavam carros com caixa de câmbio até três marchas. Logo depois, o nome ganhou inúmeras variantes, como carocha, coccinelle, escarabajo e outros.

No Brasil, o carro começou a ser fabricado em 1950. Cerca de 60 anos depois, a potiguar Lígia Carvalho, de 28 anos, adquiriu o seu primeiro exemplar, no ano de 2014. A estrategista de performance mobile disse que nunca teve o sonho de ter um fusca, mas cresceu com o seu pai gostando muito de carros antigos e quando surgiu a oportunidade, compraram o carro. Daí pra frente, a paixão surgiu e o Fusca já é referência na vida dela.

“Quando eu digo que faz parte de mim é porque o Fusca já é a minha referência. Quando vão me dar presente, pensam em algo de fusca (tenho blusa, chaveiro, miniatura, tudo que ganhei de amigos), ou, às vezes, quando alguém que só me conhece de vista vai falar algo sobre mim é “a menina do Fusca” ou eu mesma digo “É Lígia, do Fusca” e automaticamente já sabem quem está falando”, explicou.

Lígia também conta que o veículo é repleto de histórias, sejam positivas ou negativas, mas que no final, representam a essência de quem possui um automóvel com tanta representatividade no meio automobilístico.

“Estou há mais de oito anos com ele, então tenho muitas lembranças boas! Rolês com amigos, viagens… Mas eu acho que o mais legal são as amizades que criei, conversas que tive por causa do carro. Não é tão comum você ver mulheres, jovens, que tenham Fusca andando por aí. Isso acabou chamando atenção e fez com que eu conhecesse bastante gente legal, ou me aproximasse de algumas pessoas por causa do carro”, disse.

A proprietária contou ainda que sempre é parada na rua com pessoas fazendo propostas para comprar o carro, mas acaba negando. Lígia reforçou que encontra oficinas em Natal que fornecem peças para manutenção do carro, pois alguns itens de outros carros, acabam se encaixando no Fusca, como peças do modelo Gol, da Volkswagen. Todavia, demais acessórios como volantes, tapetes, ela acaba adquirindo pela internet.

O Departamento Estadual de Trânsito do RN (Detran) informou que o RN possui atualmente uma frota de 1.488.240 veículos no estado, mas não soube contabilizar quantos destes são Fuscas.